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quinta-feira, 22 de julho de 2010

Mão à palmatória

Meu filho de 10 anos, atento a tudo, já me disse: “Pai, qualquer coisa ligo para o 190”. A brincadeirinha dele, no entanto, virou coisa séria. Este projeto de lei contra a palmada está gerando grande discussão. Gente da área jurídica afirma que é inconstitucional, pois o Estado interfere na privacidade das famílias, impondo limites ao direito que os pais têm de educar os filhos. Também há o argumento que, se o maltrato acontece contra a criança, é porque a lei que já existe não é aplicada. “É uma questão de lógica”, escreve Reinaldo Azevedo, “se o sujeito não teme a lei que proíbe o mais, não vai temer a lei que proíbe o menos”.

Quanto ao mérito da palmada, as opiniões também se contradizem. Alguns afirmam que o castigo físico não resolve, pelo contrário, deseduca e desperta a cultura da violência. Outros já defendem que, na medida certa, tem função pedagógica. O assunto divide gente entendida. Gente entendida? Quem tem a razão? Confesso que eu mesmo estou em dúvida depois de tanta coisa que li e ouvi. Estamos no mato sem cachorro. O assunto é complicado, e penso que o grande proveito nisso tudo é a reflexão sobre o nosso jeito equivocado na educação dos filhos. Precisamos “dar a mão à palmatória” e confessar que perdemos o controle sobre as crianças (quem sabe porque perdemos o controle sobre nós mesmos) e não sabemos mais o que fazer com elas, que tomaram conta da casa, da escola, da rua.

Diz a Bíblia: “Não deixe de corrigir a criança. Umas palmadas não a matarão. Para dizer a verdade, poderão até livrá-la da morte” (Provérbios 23.13). Por outro lado, observa: “Pais, não tratem os seus filhos de um jeito que faça com que fiquem irritados. Pelo contrário, vocês devem criá-los com a disciplina e os ensinamentos cristãos” (Efésios 6.4). No livro de Hebreus (12.9) até há uma comparação com a disciplina divina: “No caso dos nossos pais humanos, eles nos corrigiam, e nós os respeitávamos. Então devemos obedecer muito mais ainda ao nosso Pai celestial e assim viveremos”.

Porque o lar terceirizou a educação dos filhos, o estado então sobrecarrega a sociedade com leis – que não consegue aplicar – e assume o papel da família. É preciso voltar a sermos pai e mãe antes que o Conselho Tutelar entre em nossa casa.


Marcos Schmidt

pastor luterano

marsch@terra.com.br

fone 8162-1824

Igreja Evangélica Luterana do Brasil

Comunidade São Paulo, Novo Hamburgo, RS

22 de julho de 2010

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